Divisão territorial brasileira atual. |
Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Por que o Brasil é assim organizado? Estabelecida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), a divisão do Brasil em macrorregiões retrata as diferenças
sociais e políticas do território e baliza o levantamento de dados e
estatísticas do país. Essas unidades também acabaram se constituindo em
importantes agregadores de identidades culturais e organizando a
concessão de verbas de diversas políticas públicas. Por demarcar as
desigualdades sociais no território, é importante que essa divisão
esteja bastante afinada com a realidade do espaço nacional.
No Brasil redividido o Maranhão passa a integrar de vez a região NORTE que por sua vez é dividida ao meio criando a região NOROESTE. |
Mas não está. Ou o Tocantins deve ser reincorporado à Região Centro-Oeste, ou que se reorganizem as fronteiras do Norte e Nordeste do país. Neste caso, a região Norte agregaria Tocantins, Maranhão, Pará e Amapá, enquanto os demais estados amazônicos constituiriam uma nova região chamada Noroeste (ver Mapas). Esta é a principal conclusão da pesquisa acadêmica de José Donizete Cazzolato, geógrafo do Centro de Estudos da Metrópole (CEM/Cebrap), condensada no estudo As regiões brasileiras pós-Tocantins: ensaio para um novo arranjo (clique no título ao lado para fazer o download - arquivo PDF - 2,9 Mb), e apresentada em seminário interno no CEM. "Não faz sentido o Tocantins ficar 'pendurado' na Região Norte", afirma o pesquisador.
A atual configuração das cinco macrorregiões considera diversos aspectos geográficos, sociais e políticos, e procura retratar os fluxos econômicos entre as unidades federativas. No entanto, a criação do Tocantins e sua inclusão na região Norte, em 1989, rompeu com a lógica do modelo, mostra a pesquisa.
A situação do Tocantins é destoante, pois menos de 20% das fronteiras do estado estão dentro de sua própria região. Além disso, por uma análise de fluxos e redes capaz de determinar o grau de coesão das unidades administrativas dentro da região, observa-se que o estado mantém fortes laços com o Pará e com o Maranhão, além de Goiás. Por outro lado, a região Norte, na prática, se divide em duas grandes porções, polarizadas por Manaus e Belém. E, no Nordeste, o Maranhão desponta com características naturais e culturais diferenciadas dos demais estados da região.
Para reequilibrar as unidades, Donizete propõe a revisão da atual divisão macrorregional. Para o geógrafo, a melhor solução seria a formação da região Noroeste e a reconfiguração das regiões Norte e Nordeste. Ajustada à realidade dos fluxos geográficos, econômicos, políticos e demográficos, a divisão regional é um instrumento privilegiado de planejamento e ação governamental.
Não sou geógrafo mas sempre achei estranha esta atual divisão das regiões brasileiras. Gostei da divisão proposta e também de retornar o Tocantins para o Centro-Oeste. No entanto, acho que o IBGE não deveria considerar aspectos culturais na divisão do território em se tratando de orientação espacial, por exemplo, se o estado de Rondônia continuar sendo povoado por pessoas do sul do Brasil e vier a se tornar um estado rico, não significa que deveria ser considerado como sendo pertencente à região Centro-Oeste muito menos à região Sul por contar com população de maioria oriunda do sul do país.
ResponderExcluirParabéns pela pesquisa. Que o IBGE repense melhor.
Paulo Cesar
paulocesarpcm@yahoo.com.br